quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fui salvo!


“Chegar e partir são só dois lados da mesma viagem”

(Milton Nascimento)

Bom e não gosto de falar ou justificar as coisas que aconteceram. Eu não peço perdão e o único motivo que justifica em parte os corações que eu inconscientemente machuquei é porque eu ajo impulsionado pela paixão. A paixão que brota à pele, que ferve meus olhos, que me motiva a levantar diariamente para então morrer de amor e acordar renovado no dia seguinte. Não há arrependimentos. O passado é memorável e o presente está longe de ser essa viscosidade comumente apática e deprimente do cotidiano alheio.

Logo quando cheguei aqui, conheci uma garota como outra qualquer, que me fez sonhar e acordar feliz, mas não foi ela A protagonista dos meus dias de salvação nesta terra que emana mais que chuva e reggae. Eu já saía com essa garota há certo tempo e como é o natural dos "relacionamentos durantes" eu comecei a conhecer o seu círculo de amizades. Até o momento, nada demais, porém, em uma ida à praia, todos o seus amigos, inclusive ela, estavam tomando hiper-fermentados enquanto relembravam miseravelmente da noite anterior.

Foi neste dia e eu lembro de tudo; construíra-se como dito a seguir: Chamei um garçom, pedi o de sempre: uma bebida pós-moderna, sem açúcar, sabor limão; eu realmente me considerava muito saudável perante os outros. Aconteceu que uma mulher da mesa de falantes-capitalistas pseudo-engraçados se dirigiu a mim quase com autoridade assim que tomei o primeiro gole da parada torta, e segue o que ela dissera: -“Essa bebida parece saudável, mas ela contem mais sódio que o teu corpo necessita e pode acarretar qualquer coisa como trombose-vascular e comprometer um órgão.”

Neste exato momento eu paralisei como se eu já sofresse os efeitos colaterais daquele líquido, eis uns deles: Foto-fobia, surdez momentânea, taquicardia e a pessoa que falava comigo ficou verde. Verde-Oliva. Eu gostava da cor e não só isso, eu fui tomado de um sentimento quase que transcendental-sublime-espacial-freudiano. Aquela mulher verde ali na minha frente salvara minha vida! Ninguém conseguirá visualizar. Ela, na linha do horizonte, atrás o céu e o mar mostrando sua infinitude exuberante e incalculável.

Eu a amei naquele exato momento. Depois eu colhi muitas semelhanças e a achei bem parecida com a minha mãe, fisicamente mesmo, eu nunca confessei isto a ela porque eu carregava comigo uma fotografia o que me obrigaria a mostrar ...e ela definitivamente não se sentiria grata. Enfim, foi assim que minha existência na bifurcação da vida tomou rumo certo.

2 comentários:

Carla Pedraça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carla Pedraça disse...

hahaha;
Uma ótima justificativa.

Eu diria: Givenchy - Very Very...